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Osteosporose e Atividade Física: a importância de cuidar dos ossos

Atualizado: 12 de fev. de 2023


Freepik, 2023.

Quando falamos sobre a saúde dos ossos, logo pensamos que isso é assunto para a terceira idade certo?

Errado!

Todos devemos, desde cedo, cuidar da chamada densidade óssea, para que tenhamos uma vida mais longeva e com qualidade no futuro.

Primeiro de tudo, é necessário diferenciarmos 2 conceitos: osteopenia que seria uma condição pré-clínica de perda gradual de massa óssea da osteosporose, um quadro avançado de debilitação óssea.

A falha em atingir e manter o pico ideal de massa óssea durante a vida adulta é um fator crítico na determinação do risco de fratura por fragilidade mais tarde (Daly, Via, Duckham, Fraser & Helge, 2019).


Assim, o exercício tem sido recomendado pela OMS tanto como prevenção quanto tratamento não medicamentoso de quadros já instalados de osteoporose (Yuan et al., 2016; Tong et al., 2019).


Na osteoporose estão envolvidos numerosos fatores que podem ser classificados em fatores de risco ditos imutáveis e os fatores de risco que podem ser afetados (fatores variáveis ou evitáveis).


Entre os fatores de risco variáveis para osteoporose, estão o peso corporal, ingestão de nutrientes, fumo e falta de atividade física, que são modificáveis no que se diz respeito à depleção da massa óssea (Lambert, Beck, Watson, Harding & Weeks, 2020; Bijelic, Milicevic & Balaban, 2017).


Alguns dados estatísticos importantes:

No mundo, a osteosporose causa mais de 8.9 milhões de fraturas anualmente, resultando em uma fratura a cada 3 segundos (International Osteosporosis Foundation, 2021).

Até 2050, a incidência mundial de fratura de quadril em homens deve aumentar em 310% e 240% em mulheres, em comparação com as taxas de 1990(International Osteosporosis Foundation, 2021).

Em todo o mundo, 1 em cada 3 mulheres com mais de 50 anos sofrerá fraturas por osteoporose, assim como 1 em cada 5 homens com mais de 50 anos ( International Osteosporosis Foundation, 2021).

Em mulheres brancas, o risco de fratura de quadril ao longo da vida é de 1 em 6, em comparação com um risco de 1 em 9 de diagnóstico de câncer de mama (International Osteosporosis Foundation, 2021).

No Brasil, 6% dos homens e 24% das mulheres com 50 anos ou mais são afetados por essa enfermidade (International Osteosporosis Foundation, 2021).


Tipos de osteosporose

A osteoporose é uma doença esquelética sistêmica, caracterizada tanto por uma deficiência quantitativa quanto qualitativa de osso, é a mais comum das doenças ósteo-metabólicas.

A osteoporose primária ocorre em decorrência da deprivação estrogênica do climatério ou do próprio processo de envelhecimento.


É muito influenciada por fatores genéticos, embora outras variáveis modificáveis como atividade física e hábitos alimentares também contribuam para seu desenvolvimento.


É uma doença caracterizada pela diminuição da densidade mineral óssea (DMO) e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo que induz à fragilidade e contribui, assim, para o aumento do risco de fraturas.


Pessoas que vivem com osteoporose enfrentam redução da qualidade de vida e perda de mobilidade e autonomia (Morin et al., 2020).


A osteoporose secundária é definida como resultante de condições clínicas ou uso de medicamentos que contribuem ou estão associados à osteoporose.


A incidência de osteoporose secundária, ao contrário da osteosporose primária, é maior na população masculina, podendo corresponder a 64% dos casos de osteoporose em homens, enquanto que atinge cerca de 30% das mulheres.


A causa mais frequente em ambos os sexos é o uso de glicocorticoides para tratar doenças inflamatórias crônicas. Em homens, o hipogonadismo, a hipercalciúria e o alcoolismo são as causas mais frequentes, além do uso crônico de corticoides.


Fatores de risco não modificáveis:


Em geral, o risco de ter osteoporose é influenciado pela idade, pelo gênero e pela origem étnica. Normalmente, quanto mais idoso, maior é o risco.


As mulheres são mais suscetíveis à perda óssea do que os homens, entretanto, eles também podem sofrer de osteoporose.


A osteoporose também é mais comum em pessoas de origem europeia ou asiática, provavelmente por causa das diferenças na estrutura óssea e no pico de massa óssea.


Alguns medicamentos podem ter efeitos colaterais que, diretamente, enfraquecem os ossos ou aumentam o risco de fraturas provocadas por quedas. É importante conversar sempre com o médico sobre os riscos à saúde óssea ao receber uma prescrição.


Além disso, algumas doenças, assim como os medicamentos utilizados para tratá-las, podem enfraquecer os ossos e aumentar o risco de fraturas.


As mais comuns são:

- Artrite reumatoide

- Problemas nutricionais/gastrointestinais (Doença de Crohn etc.)

- Doença renal crônica

- HIV

- Doenças hematológicas/tumores malignos (inclusive câncer de próstata e de mama)

- Algumas doenças hereditárias, distúrbios hipogonadais (Síndrome de Turner/Síndrome de Klinefelter, amenorreia, etc.)

- Doenças endócrinas (diabetes, síndrome de Cushing, hiperparatiroidismo, etc.)


Mulheres no período pós menopausa e aquelas que retiraram os ovários ou que tiveram menopausa precoce, antes dos 45 anos, devem prestar maior atenção à sua saúde óssea.


Cerca de 10 milhões de pessoas convivem com a osteoporose no Brasil e apenas 20% sabem ter a doença que provoca 200 mil mortes por ano no país.


É uma doença silenciosa, pois raramente apresenta sintomas antes de sua consequência mais grave: as fraturas.


Dada a importância sobre ter uma saúde óssea em dia, foi criado até um dia de mobilização, em 20/10 – Dia Mundial e Nacional da Osteoporose.


Freepik, 2023.

Mulher e a Osteosporose

Não há dúvidas para a ciência de que as mulheres são mais suscetíveis à terem perda óssea.

A idade e a deficiência estrogênica relacionada ao climatério são as causas primárias mais frequentes de redução da massa óssea.


O exercício pode melhorar ou manter a massa óssea em todas as idades e estudos demonstram que o exercício pode melhorar a função física, qualidade de vida, dor e vitalidade em mulheres pós-menopáusicas osteoporóticas e osteopênicas.

A importância de se exercitar no cuidado com a saúde óssea

O osso é um dos tecidos mais metabólicos e dinamicamente ativos no corpo e se mantém em atividade durante toda a vida.

Por ser um tecido altamente vascularizado, o osso tem excelente capacidade de se regenerar e de alterar suas propriedades e configurações em resposta às mudanças na demanda mecânica (FROST, 1971; NORDIN; FRANKEL, 2003).

De acordo com Burr et al. (2002), o osso é capaz de “sentir” as condições mecânicas a que é submetido e de se adaptar a elas.

Para o crescimento e fortalecimento da massa óssea é necessário que um estresse mecânico mínimo seja aplicado, o que garante o desenvolvimento e a manutenção da integridade esquelética (HAMILL; KNUTZEN, 1999).

O fenômeno da remodelação óssea promovida em resposta às demandas mecânicas, no qual o osso perde ou ganha tecido ósseo esponjoso ou cortical em resposta ao nível de estresse sustentado, é sumarizado como Lei de Wolff, a qual enuncia que a remodelação óssea é influenciada e modulada pelo estresse mecânico (NORDIN; FRANKEL, 2003).

Conforme evidenciado, o exercício regular produz efeitos na densidade, no tamanho e na forma dos ossos, resultando em melhoras substanciais na resistência mecânica.

Os processos de adaptação são influenciados pela idade, sexo, natureza debilitante das patologias relacionadas à perda óssea e também pelo contexto biomecânico no qual o esqueleto está inserido (forças externas, forças internas, articulações, tendões, ligamentos e músculos).


Freepik, 2023.

A importância do cálcio e da vitamina D

Os níveis de 25 hidroxivitamina D, o melhor índice da reserva de vitamina D corporal, ou de 1-25 (OH) vitamina D, o metabólito ativo, devem ser avaliados quando houver suspeita de osteomalácia, seja nutricional ou de causa genética.


Como o cálcio auxilia na saúde dos ossos?


O cálcio é um mineral fundamental para a saúde dos ossos.


O esqueleto armazena 99% do estoque dessa substância no organismo, mas ela também pode ser encontrada no sangue e nas células.


Esse mineral conta com diversas funções no corpo, como:

- contração muscular;

- coagulação sanguínea;

- formação de ossos e dentes

-normalização do ritmo cardíaco.


Quando o organismo percebe que há um baixo nível de cálcio no sangue, ele retira essa substância dos ossos, os deixando mais finos e frágeis. Já quando há a ingestão do mineral, ocorre a renovação óssea.


Por esse motivo, a OMS recomenda a ingestão diária de 1.000 mg, o equivalente a quatro porções lácteas. Vale ressaltar que embora outros alimentos também sejam fontes de cálcio, como brócolis e folhas verde-escuras, o nutriente é mais abundante em leite e derivados.


*Na dúvida sempre procure o profissional nutricionista para uma dieta direcionada às suas necessidades.


Estudo recente da Fundação Internacional da Osteosporose mostrou que os brasileiros consomem em média 505 mg de cálcio por dia, ou seja, aproximadamente metade da quantidade necessária.


Conhecer a relação entre cálcio e osteoporose é essencial para quem deseja envelhecer com qualidade de vida.


Infelizmente, a maioria das pessoas passa a se preocupar com a saúde dos ossos quando descobre que há algum problema, o que dificulta o tratamento.

Como a Breakfit pode te ajudar a chegar lá

Antes de tudo convém ressaltar novamente que o osso responde melhor a estímulos dinâmicos comparados a estímulos estáticos, por exemplo, a musculação.

Exercícios como saltos, ou mesmo com treinamentos de resistência, têm um efeito positivo no osso (Yuan et al., 2016; Troy et al., 2018; Otero et al., 2017).


Dessa forma, ao optar pela modalidade de treinamento da Breakfit você estará auxiliando seu corpo a manter ou reforçar a saúde óssea.

Outro diferencial que o método exclusivo desenhado pela BreakFit veio para oferecer foi contornar a falta de tempo e o acesso a transporte, que são as barreiras mais comumente relatadas para a ausência de participação em exercícios em pacientes com osteoporose ou em fase de prevenção da osteopenia(Mcmillan et al, 2017), pois possuímos aulas rápidas, em torno de 30 minutos presencialmente, e na modalidade on-line, bem democrático para quem não tempo não é?

E então, vamos dar um up no seu shape e na sua saúde com nossa metodologia exclusiva?


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Escrito por André Teichmann, aluno de medicina UFCSPA. Porto Alegre, 2023.

Referências

BOMPA, T. Teoria e metodologia do treinamento. Rio de Janeiro: Manole, 1998. Mcmillan, L. B., Zengin, A., Ebeling, P. R. & Scott, D. (2017). Prescribing Physical Activity for the Prevention and Treatment of Osteoporosis in Older Adults. Healthcare. 5(4):85.


INTERNATIONAL OSTEOSPOROSIS FOUNDATION, IOF. Epidemiologia da Osteosporose e Fraturas por Fragilidade. Osteosporosis Foundation, 2021. Disponível em: <https://www.osteoporosis.foundation/facts-statistics/epidemiology-of-osteoporosis-and-fragility-fracture>. Acesso em: 11, jan. 2023.


KASPER, Dennis L. Medicina interna de Harrison. 19 1 v. Porto Alegre: AMGH Editora, 2017.


Lambert, C., Beck, B. R., Watson, S. L., Harding, A. T. & Weeks, B. K. (2020). Enjoyment and acceptability of different exercise modalities to improve bone health in young adult women. Health Promot J Austr. 31(3):369-380.


OCARINO; N. M.; SERAKIDES, R. Efeito da atividade física no osso normal e na prevenção e tratamento da osteoporose. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.12, n.3, 2006. p. 164- 168. Disponível em: www.scielo.br/pdf/rbme/v12n3/v12n3a11.pdf


Yuan, Y., Chen, X., Zhang, L., Wu, J., Guo J., Zou, D., Chen, B., Sun, Z., Shen, C. & Zou, J. (2016). The roles of exercise in bone remodeling and in prevention and treatment of osteoporosis. Progress in Biophysics and Molecular Biology. 122(2):122-130.

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