Diabetes e exercício físico: prevenção e potencialização do tratamento
- teichmannde
- 25 de jan. de 2023
- 5 min de leitura

Diabetes Mellitus: aposto que todo mundo já ouviu falar ou conhece alguém que o possui, certo?
Nesse texto objetivamos informar um pouco mais a respeito do Diabetes Mellitus e sobre como a prática de exercício físico ajuda tanto na prevenção quanto no tratamento dele.
Prontos para uma dose bacana de conhecimento?
Então boa leitura…
Definição e classificação etiológica
A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) relata, em suas diretrizes mais recentes (2016), que o Diabetes Mellitus (DM) não é uma única doença, mas um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia, resultada de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambas.
Segundo a 7ª edição do Atlas (diretrizes) da International Diabetes Federation – IDF, publicada no ano de 2015, existem três tipos principais de diabetes:
- Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1): autoimune, na qual o sistema de defesa do organismo ataca e promove falência das células beta das ilhotas de Langerhans, secretoras de insulina no pâncreas. Costuma ocorrer mais em crianças e jovens, sendo responsável por cerca de 5-10% dos casos.
- Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2): presente em mais de 90% dos casos no mundo. É aquele resultante dos maus hábitos de vida. Geralmente ocorre em adultos, embora seja cada vez mais frequente em crianças e adolescentes.
Na DM2, o organismo é capaz de produzir insulina, mas apresenta elevada resistência à recepção deste hormônio nos tecidos periféricos, o que promove ineficácia em sua ação e, consequentemente, a hiperglicemia.
- Diabetes Mellitus Gestacional (DMG): trata-se de qualquer intolerância à glicose, de magnitude variável, com início ou diagnóstico durante o período de gestação.
Segundo a SBD (2016), os fatores de risco para o aparecimento de DMG são: Idade ≥ 35 anos; Sobrepeso, obesidade ou ganho de peso excessivo na gravidez atual; História familiar de DM em parentes de primeiro grau; Síndrome de ovários policísticos; Baixa estatura (menor que 150 cm).
Também temos o intervalo entre uma glicemia considerada regular, geralmente até 99 mg/dl, e o diagnóstico de DM, que chamamos de estado pré-diabetes (100-125 mg/dl), considerada uma categoria de risco para o desenvolvimento de Diabetes Mellitus.
Diabetes Mellitus no Brasil e no mundo
Para entendermos um pouco a respeito da seriedade da situação:
Relatório da Organização Panamericana de Saúde (Opas) mostra que triplicou o número de pessoas com diabetes nos últimos 30 anos na América.
Esse aumento está relacionado principalmente ao crescimento dos fatores de risco, entre os quais a obesidade, dietas pouco saudáveis e falta de atividade física.
“A doença vem crescendo não apenas entre os mais velhos, mas também entre os jovens”, alerta dr. Levimar Araújo, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes.
“Até pouco tempo atrás, eram raros os jovens com diabetes tipo 2”, afirma.
De acordo com a Opas, dois terços dos adultos no continente americano estão com sobrepeso ou são obesos. Cerca de 40% não praticam atividade física. Entre os jovens, 30% estão acima do peso.
No Brasil, de acordo com o Vigitel- Plataforma Integrama de Vigilância em Saúde, em 2015, a cada onze adultos um era diabético e que, em 2040, a cada grupo de dez adultos um deles será diabético.
Outro dado interessante também, é que a prevalência do Diabetes Mellitus na população que mora na região urbana é maior, provavelmente relacionada ao estilo de vida (hábitos alimentares, sedentarismo e stress).

Complicações agudas e crônicas do Diabetes Mellitus

As complicações do Diabetes Mellitus podem ser de 2 tipos:
As complicações agudas do tratamento no portador de Diabetes são os desajustes glicêmicos no sangue.
As complicações crônicas, por sua vez, são divididas em microangiopatias, que englobam as retinopatias e nefropatias, macroangiopatias coronariana, cerebral e de membros inferiores, e neuropatias periférica e autonômica.
Recomendações do exercício no tratamento do Diabetes Mellitus
De maneira geral, o tratamento para o portador de Diabetes Mellitus está baseado na educação, tratamento medicamentoso, alimentação e exercício físico.
E essas são as mais recentes recomendações de exercício físico para pessoas com diabetes da Associação Americana de Diabetes (ADA), atualizadas recentemente:
1) Crianças e adolescentes com diabetes tipo 1 ou tipo 2 ou pré-diabetes devem participar de atividades de intensidade moderada ou vigorosa, com atividades vigorosas de fortalecimento muscular e fortalecimento ósseo por pelo menos 3 dias/semana.
2) Durações mais curtas, de intensidade vigorosa ou treinamento intervalado podem ser suficientes para indivíduos mais jovens e com melhor condicionamento físico quando o assunto é tratamento do Diabetes Mellitus
3) Na ausência de contraindicações, pacientes devem realizar treino de resistência 2-3 x por semana.
4) Recomenda-se treinamento de flexibilidade e equilíbrio de 2 a 3 vezes/semana para idosos com diabetes.
LEIA MAIS: "Sedentarismo, uma doença evitável"

Efeitos do exercício físico na prevenção do Diabetes Mellitus
A prática de exercícios físicos é considerada um dos três pilares na prevenção e tratamento da Diabetes Mellitus (DM), juntamente com a dieta e o uso de medicamentos (PEDERSEN; SALTIN, 2015).
Qual o motivo disso?
Pois a prática regular de atividade física está fortemente associada ao controle glicêmico, melhora da sensibilidade à ação da insulina e controle de comorbidades que elevam o risco de desenvolver Diabetes.
A obesidade é um dos principais fatores de risco para Diabetes Mellitus e, apesar de não estar totalmente explicada, sabe-se que a resistência à ação da insulina relacionada à obesidade progride para a DM2 por uma falha nas células pancreáticas que, para compensar essa resistência, leva a um quadro de hiperglicemia crônica.
Pacientes com Diabetes Mellitus do tipo I (DMI) apresentam alto risco de eventos cardiovasculares (KROLEWSKI, 1987) sendo a prática de exercícios físicos é uma excelente estratégia preventiva (MOY et al., 1993).
De maneira geral, o sedentarismo ou a falta de exercícios físicos regulares é um dos fatores que causa maior impacto na piora do quadro de Diabetes Mellitus.
Durante o exercício também ocorre um aumento na quantidade de GLUT-4 na membrana da célula muscular, o que promove um aumento na captação de glicose, reduzindo o quadro de hiperglicemia.
Como a Breakfit pode te ajudar nisso?
Church et al., (2010) apontam que exercícios de alta intensidade promovem maior controle glicêmico quando comparado aos de baixa intensidade.
Dessa forma, nossa metodologia exclusiva se encaixa perfeitamente nessa situação, já que combinamos exercícios intensos, em 30 minutos, que impactarão positivamente seu metabolismo.
Nesse sentido, outro importante resultado obtido por Van Dijk et al., (2012), indica que três sessões por semana de atividade de intensidade moderada para alta, com volume de 30 minutos, reduz significativamente a prevalência de hiperglicemia.
Outro encaixe perfeito de nosso método na Breakfit!
Outro dado interessante:
A prática regular de atividade física em intensidade moderada a alta pode reduzir em até 70% a incidência de Diabetes Mellitus em relação a indivíduos sedentários (ADA, 2015; COLBERG, 2003; BOYLE, 2007).
E tem forma melhor de manter-se engajado com os treinos ao longo da semana do que sendo eles dinâmicos, interativos e que cabem na rotina de todo mundo?
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EXTRAS:
E lembre-se: Diabetes Mellitus requer um acompanhamento médico com profissional qualificado, além de acompanhamento nutricional para uma dieta que potencialize o tratamento/prevenção.
Deixamos também a indicação de um podcast bacana sobre DM para aqueles interessados: SBDcast- o podcast da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Caso queiram informações a respeito da Diabetes, também temos o site oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes.
O Dia Mundial e Nacional do Diabetes é comemorado desde 1991 em 14/11.
Escrito por André Teichmann, estudante de medicina UFCSPA.
Referências consultadas:
American Diabetes Association. Standards of Medical Care in diabetes 2020. Facilitating Behavior Change and Well-being to Improve Health Outcomes: Standards of Medical Care in Diabetes 2020. Diabetes Care 2020;43(Suppl. 1):S48–S65 | https://doi.org/10.2337/dc20-S005. BOYLE P. J. Diabetes mellitus and macrovascular disease: mechanisms and mediators. American J Med, v. 120, n. 9b, p. S12-7, 2007. CHURCH, T. S. et al. Effects of aerobic and resistance training on hemoglobin A1c levels in patients with type 2 diabetes: a randomized controlled trial. Jama, v. 304, n. 20, p. 2.253-2.262, 2010. COLBERG, S.R. Atividade física e diabetes. 1.ed. São Paulo: Manole; 2003.
KASPER, Dennis L.. Medicina interna de Harrison. 19 1 v. Porto Alegre: AMGH Editora, 2017. ISBN: 978-85-8055-582-0.
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